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MULHERES À VENDA texto publicado no jornal O EXECUTIVO de S. José dos Campos, O DIÁRIO DE PENÁPOLIS e JORNAL INTERIOR, feito com carinho para uma reflexão nesse Dia Internacional da Mulher.






MULHERES À VENDA


Mulheres e a conquista da liberdade. Mas qual o conceito de liberdade em questão? Acredita-se que a Revolução Feminista trouxe independência e respeito; porém essas conquistas são questionáveis quando analisamos do que se constitui o universo feminino atual.

Não há como negar que algumas conquistas foram eficazes e revolucionárias tais como o voto, o trabalho dentre outras. Entretanto, existe um câncer social no qual as mulheres vivem um secreto massacre emocional, cobradas constantemente pela sociedade, por si mesmas e principalmente pelo sexo oposto – os homens – de uma beleza e um charme inabaláveis.

Pesquisas comprovam que cerca de 600 milhões de mulheres sentem-se escravas do padrão inatingível de beleza e popularidade; amplamente difundido na TV, nas revistas, no cinema, nos desfiles e nos comerciais. O padrão da mulher linda, charmosa, com sorriso constante e piadas prontas, além de popular no meio social; é a maior tirania de todos os tempos.
Esses valores penetram no inconsciente coletivo das pessoas e aprisiona seres que não precisariam de nada disso para ser consideradas brilhantes.

Mais de 98% das mulheres não se vêem belas. Isto ocorre porque não são mais reconhecidas quando são simplesmente m-u-l-h-e-r-e-s; mas são vistas como objetos de prazer. Elas não podem contar problemas e traumas ou admitir fraquezas aos seus parceiros pois correm o risco de se “desglamurizar” perante eles e talvez ser rejeitada ou mesmo trocada por uma que saiba simular melhor e impressionar mais.

Basta! Mulheres precisam de alívio e de colocar um fim nessa ânsia do mundo sem gorduras. A mulher ideal é linda por natureza simplesmente pelo papel que exerce: de amiga, de mãe, de namorada sincera e companheira; por saber vencer etapas e sonhar com filhos, casa e cachorros.

A ditadura militar acabou, mas ainda persiste uma ditadura invisível transformando mulheres em objeto de prateleira. Que nesse Dia Internacional da Mulher, todos possam parar por um segundo e rever suas expectativas em relação ao sexo frágil. Deixem-nas engordar um pouco, aceitem suas lágrimas; façam como Jesus Cristo, o qual fez das prostitutas seres humanos e das grosseiras princesas. Este é o maior presente para o público feminino neste dia.

NATHÁLIA BRAGALDA é estudante de Jornalismo, foi estagiária na Câmara dos Deputados Federais em Brasília (DF) e repórter na TV Toledo (SP).